Dia Internacional da Mulher, o Ser da Servidora e ser Servidora

“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres” (Rosa Luxemburgo)

8 de março é dia de luta. Luta por uma sociedade igualitária. É dia de relembrar tantas mulheres que em diversos locais e épocas protagonizaram ações em busca por direitos. É por elas que estamos hoje ocupando espaços e fazendo nossas vozes ecoar. Mas ainda há muita luta pela frente, muitos avanços ainda são necessários para que tenhamos uma vida livre, sem violências.

Como servidoras da Defensoria Pública, uma instituição que tem por missão defender os direitos das cidadãs e dos cidadãos, celebramos o 8 de março com o reconhecimento da luta cotidiana de todas as mulheres que fazem parte desta instituição e das que dela utilizam o serviço e com a convocação para participarmos constantemente deste longo processo de mudanças. Há pautas fundamentais que a Asdperj reivindica e que recebem um contorno diferenciado em função do gênero: escuta e visibilidade do trabalho cotidiano das servidoras, luta contra o assédio moral, além dos benefícios referentes a filhos que, tendo em vista a realidade desigual na divisão das tarefas da vida privada, atingirão notadamente as mulheres.

Estejamos sempre unidas, pois é no coletivo que nos fortalecemos!

Marina Vilar

Servidora e Diretora-Secretária da Asdperj

“[…] Em 1917, houve um marco ainda mais forte daquele que viria a ser o 8 de Março. Naquele dia, um grupo de operárias saiu às ruas para se manifestar contra a fome e a Primeira Guerra Mundial, movimento que seria o pontapé inicial da Revolução Russa.

O protesto aconteceu em 23 de fevereiro pelo antigo calendário russo – 8 de março no calendário gregoriano, que os soviéticos adotariam em 1918 e é utilizado pela maioria dos países do mundo hoje.

Após a revolução bolchevique, a data foi oficializada entre os soviéticos como celebração da “mulher heroica e trabalhadora. […]

O chamado “Dia Internacional da Mulher” só foi oficializado em 1975, ano que a ONU intitulou de “Ano Internacional da Mulher” para lembrar suas conquistas políticas e sociais.

“Esse dia tem uma importância histórica porque levantou um problema que não foi resolvido até hoje. A desigualdade de gênero permanece até hoje. As condições de trabalho ainda são piores para as mulheres”, pontuou Eva Blay.

“Já faz mais de cem anos que isso foi levantado e é bom a gente continuar reclamando, porque os problemas persistem. Historicamente, isso é fundamental.” […]”.

(Extraído de http://www.bbc.com/portuguese/internacional-43324887. Acesso em 08.03.2018)

(Imagens extraídas de http://www.jb.com.br/fotos-e-videos/galeria/2017/03/09/ato-pelo-dia-internacional-da-mulher-no-rio-de-janeiro/. Acesso em 08.03.2018. Reportagem de 09.03.2017)
(Servidora e Assistente Social Thalita Santos. Imagem extraída de http://www.defensoria.rj.def.br/noticia/detalhes/4684-A-servico-do-social. Acesso em 08.03.2018)

Mensagem da Presidência:

Dia Internacional da Mulher, 8 de março de 2018. Horas antes do lançamento da 1ª Pesquisa de Gênero realizada pelas seguintes entidades e órgão, em parceria: DPERJ, ASDPERJ, ADPERJ e Fórum de Justiça. Depois de muitas lutas históricas das mulheres, porque são elas que se antecipam.

Suas lutas nunca foram em vão. E nunca serão.

Lançamos, nós da Diretoria Executiva da ASDPERJ, compostos pela Diretora Secretária Marina Vilar, os Diretores Diego Albino (Financeiro), Gustavo Belmonte (Vice-Presidente), Pedro Manhães (Comunicação) e Ricardo Náufel (Presidente) – com animação – artigo em homenagem à mulher.

Somos fiscalizados nas contas por duas mulheres e um homem. O Conselho Fiscal é composto, além do amigo e colega Josivé Moraes, pelas Conselheiras Fiscais Larissa Agda e Elisete Vianna.

Há dois fatos dignos de nota nesta composição:

  1. A Presidente do Conselho, Elisete Vianna, adquiriu esta condição por ter sido voluntária no dia das eleições, ante o empate nas votações entre ela e Larissa Agda;
  2. A amiga Larissa Agda, mulher de Volta Redonda, foi heroína ao salvar a ASDPERJ, candidatando-se nos últimos minutos do recebimento das candidaturas, deixando completas as 3 candidaturas necessárias.

E não pára por aí.

A Comissão Eleitoral responsável pelas eleições de 05.01.2018 da ASDPERJ foi composta por duas mulheres e um homem. Juliana Vizo e Thamara Deola, que precederam as eleições, também salvaram nossa Associação, ao se disporem a participar deste ato de cidadania entre as e os colegas.

A Defensoria Pública, por sua vez, é composta por cargos de Direção, Chefia e Assessoramento nos quais a mulher aparece em evidência. Assim é que: a Chefe de Gabinete Paloma Lamego, a Secretária Geral Marcia Fernandes compõem parte da cúpula de mulheres; a esmagadora maioria da Assessoria de Gabinete é composta de mulheres; a Corregedora Geral Eliane Aina; a Assessora da Ouvidoria Viviane Aló; a Assessora para Assuntos Institucionais Elisa Cruz; a nossa Diretora de Gestão de Pessoas, Debora Augusto; dentre inúmeros outros exemplos.

Enquanto Presidente da ASDPERJ, desculpo-me por mencionar apenas um nome de servidora em cargo de Direção, mas é que os sobrenomes de outras me são desconhecidos.

Particularmente, acessei o sítio eletrônico da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro e, na aba de “estrutura”, não consegui encontrar as servidoras e servidores que compõem a organização da instituição.

Mas digo isto com a convicção que neste momento histórico, isto há de ser mudado e a servidora e o servidor tenham a visibilidade que merecem, como é no caso do Programa de Comunicação da Gestão da Defensoria, que incluiu mulheres servidoras e homens servidores no Informativo Servidor em Foco, iniciativa que aplaudo e faço votos seja mantida e cada vez mais aprimorada.

A mulher é a evidente hoje em nossas homenagens, como mulher é a Secretaria Geral da Defensoria Pública – Defensora à qual pertence parte da relação com a Comunicação desta Casa da Cidadania. Temos confiança que a Gestão nos dará resposta que satisfaça a todas e a todos.

E que tantos outros avanços necessários dar-se-ão, realizando direitos específicos das servidoras e relacionados às suas questões e conquistas históricas. É necessário avançar, nós vamos avançar.

Na História, abriram-se alas às mulheres, mediante suas forças e determinações. E na passarela da vida serão vistas as fileiras da multidão. Andando mulheres e homens, lado a lado e com o mesmo respeito, seremos vistas e vistos, no avançar de nossos passos.

As servidoras avançam, avançarão e eu jamais poderei falar para avançarem, Senhoras de Seus Destinos!

Abraços a todas,

Ricardo André Náufel

Presidente da ASDPERJ

Na sequência, entrevistamos amiga e colega Servidora, Vanessa Ziotto, que voluntariamente – sem que a ASDPERJ precisasse pedir – quis somar sua força à Associação, sugerindo-nos fazer mensagem de apoio.

Ora, mas é claro que algo assim não poderia ficar só numa mensagem de apoio e então a convidamos a nos ajudar a construir mais, com seu depoimento para nós. E ficamos felizes com este resultado, que é visto a seguir:

Entrevista com Vanessa Ziotto

Vanessa Ziotto, Técnica Superior Jurídica desde junho de 2016 no Núcleo de Cachoeiras de Macacu, ajudou a organizar com a ASDPERJ a palestra da Semana do Servidor de 2017 sobre Krav Maga. No seminário as servidoras e os servidores puderam assistir ao vídeo institucional da Federação Sul-Americana de Krav Maga, a única instituição autorizada a difundir esta técnica de defesa pessoal na América Latina e México. Além disso, foram demonstradas algumas técnicas que as (e os) presentes servidoras (e servidores) puderam treinar.

Como você vê a mulher dentro da Defensoria?

R.: Desconheço os números, mas tenho a impressão que existe uma quantidade equânime de funcionários homens e mulheres. Assim, é possível ver muitas mulheres em todos os cargos, o que acredito criar um ambiente mais confortável para as assistidas que buscam auxílio em situações de violência doméstica, mudança de gênero, etc. Estou ansiosa para ver os resultados do 1º Diagnóstico de gênero da DPRJ!

Quais dificuldades você enfrentou ao longo deste tempo na Defensoria?

R.: Foi difícil me mudar de cidade para trabalhar e morar sozinha, aos poucos me acostumei, mas desejo retornar à capital assim que possível.

Você se considera uma mulher resiliente? Quais atributos te levam a esta crença sobre si mesma?

R.: Sim, a capacidade de se recuperar de situações desfavoráveis é uma habilidade que sempre demonstrei e foi aprimorada com o treinamento de Krav Maga.

Diante dos obstáculos que se lhe apareceram ao longo de sua carreira, qual foi sua estratégia de superação?

R.: Minha família sempre me mostrou como a vida é complicada e que as lutas diárias são travadas para melhorar isso. Assim, se há algum contratempo, tento me manter na direção que considero certa, por isso é preciso prezar por certas rotinas, como o treino, estudo, etc. Eu acredito que a leitura é uma forma de buscar alternativas para nossas dúvidas diárias e escrever sempre me ajudou a manter firme em meus propósitos.

Você aconselharia algo às colegas?

R.: Eu gostaria de dizer a todas as funcionárias o mesmo conselho que ouvi quando do meu curso de ambientação na DPGE: sejamos felizes! Nosso trabalho é parte importante de nossas vidas, portanto, deve ser um ambiente saudável.

Acredito que cada pessoa é capaz de encontrar seus próprios caminhos, mas um conselho útil é: “cerque-se de pessoas confiáveis que possuem os mesmos objetivos e trabalhe em equipe para que todos saiam ganhando”.

Na semana da Servidora e do Servidor do ano de 2017, você trouxe a contribuição de um evento de Krav Maga para as interessadas e interessados se inscreverem. Houve colegas do sexo feminino inscritas? Se sim, qual foi a sua percepção acerca de como elas reagiram no decorrer das atividades?

R.: Sim, inclusive uma colega começou a praticar Krav Maga após o curso. Todos se divertiram bastante e interagiram demonstrando interesse e avaliando a utilidade prática dos conhecimentos adquiridos no evento. As mulheres costumam ter mais curiosidade e demonstrar mais interesse durante o curso.

Como você conheceu o Krav Maga?

R.: Por indicação da secretária da academia. Eu queria aulas de ballet, mas ela me informou que as mulheres em geral gostavam muito do Krav Maga e fui conhecer. Krav Maga é uma arte de defesa pessoal israelense; ainda que seja uma atividade física, não é um esporte e Não possui competições. Comecei treinando com a minha irmã numa turma mista e notei que havia uma média de 30 % da turma era composta por mulheres. Hoje faço parte de uma turma exclusiva para mulheres.

Você considera que o KravMagá desempenhou ou desempenha um papel importante para o enfrentamento do seu quotidiano de trabalho? Se sim, o que você destacaria?

R.: O mero fato de morarmos no Rio de Janeiro já nos deixa expostos a uma série de perigos no caminho para o trabalho. O Krav Maga me ajuda a ter coragem de enfrentar obstáculos, não importa sua dimensão, e a ter equilíbrio emocional.

Aprendi que não sou obrigada a permanecer num ambiente inseguro e que sou responsável por mim mesma. Por saber que existem possibilidades de reação, ainda que eu escolha não reagir, sou capaz de analisar melhor as situações e decidir como lidar com elas.

O atendimento ao público sempre requer uma paciência e uma postura em relação a vida e a si próprio que o Krav Maga me ajuda a construir, pois o respeito a si e ao próximo é uma das nossas premissas.

Assim, acredito que o Krav Maga combine com a Defensoria por que ambos têm a missão de defesa de direitos.

Você vê ou acredita em alguma mudança de curto, médio, ou longo prazo – positiva ou não – para o universo de mulheres na instituição, mantido o atual tratamento e considerando o que se vem implementando em termos de políticas institucionais? Se sim, qual ou quais é ou são ela (s)?

R.: Espero que com 1º Diagnóstico de gênero da DPRJ seja possível averiguar quais pontos devem ser melhorados e que haja uma cultura corporativa nesse sentido. Acredito que muita coisa possa ser melhorada e que podemos pegar o exemplo de outras instituições. É possível encontrarmos mecanismos para uma melhor comunicação entre as funcionárias e a instituição, seja para denúncias ou pedidos de melhorias. Com certeza a valorização dos funcionários como um todo ajudaria a criar um ambiente mais agradável.

Por exemplo, é comum relacionar a questão da maternidade e da profissão. Eu não tenho filhos, mas minha mãe ficou doente por um período e veio a falecer, então creio que são necessárias medidas para que aqueles que possuam dependentes, sejam funcionários homens ou mulheres, possam cuidar dos seus. Tanto a maternidade quanto a paternidade devem ser levadas em consideração igualmente. Outras situações também se mostram mais delicadas para mulheres, como no caso de precisar permanecer sozinha num órgão que é aberto ao público. Eu considero tão perigoso quanto se fosse um funcionário sozinho, no entanto, os homens em geral não expressam o mesmo desconforto que as mulheres sentem nessa situação.

DICA DA AMIGA SERVIDORA:

O Krav Maga foi criado em meados dos anos 40 devido a necessidade de sobrevivência nos bairros judaicos que eram atacados por anti-semitas. O criador, Imi Lichtenfeld, era campeão de várias modalidades de luta, luta greco-romana e boxe, assim, pode perceber que as técnicas usadas para combate em competições não eram funcionais para ataques na vida real.

As mulheres sabem que o mundo é hostil e que há momentos em que só nós mesmas podemos evitar alguma ameaça ou escolher entre fugir ou agir para neutralizar um ataque. Qualquer pessoa, de qualquer idade, com qualquer condicionamento físico, pode praticar Krav Maga por que trata-se da necessidade básica de sobrevivência.

O Krav Maga é estruturado na simplicidade, objetividade, auto-controle, segurança máxima no treinamento e no combate, honestidade e respeito.

Assim, as mulheres aprendem que tem, não só o direito, mas todas as ferramentas necessárias para se posicionar e exigir um ambiente seguro. Não somos obrigadas a permanecer num ambiente hostil e podemos mudar nosso ambiente de familiar e profissional começando por mudanças em nós mesmas. JUNTAS SOMOS MAIS FORTES!

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