Alguns defensores públicos insistem na cultura Casa Grande x Senzala numa versão moderna. Querem banheiros exclusivos para os doutores! No dia de ontem foi divulgado nas redes sociais imagens de um ofício assinado por defensores citados hoje na coluna do Ancelmo Gois que merece todo o repúdio da categoria, por promover tal sectarismo, mas isso infelizmente não é algo novo.
Ao tomar conhecimento disso a ASDPERJ, meses atrás, protocolou um ofício endereçado à Administração Superior da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro informando a existência deste disparate e solicitando providências quanto às placas de exclusividade de uso pelos defensores públicos dos banheiros localizados nas instalações da Defensoria no Edifício Garagem Menezes Cortes e já vinha cobrando da Administração Superior uma postura mais enérgica contra o que acontecia.
As placas dos banheiros foram alteradas, mas, depreende-se da leitura da presente nota e do que foi veiculado pela mídia*, que algum defensor público insiste na segregação social/funcional, nada isonômica, nada republicana, uma verdadeira afronta aos direitos humanos.
O lamentável episódio do banheiro expõe uma faceta da Defensoria Pública até então não conhecida pela população, onde os servidores são mal remunerados e não dispõe de benefícios mais básicos como plano de saúde e auxílio transporte condizente com as passagens despendidas em seu deslocamento diário.
A questão da sectarização dos banheiros é grave sim e não se trata de um simples episódio, mas de uma cultura institucionalizada que dá auxílio saúde para quem ganha no teto do STF, mas não dá para quem ganha em torno de 10% do doutor, se trata de doutores que praticam cotidianamente assédio moral contra servidores, se trata de desvios de funções contra servidores, não pagamento de adicional de instrução, não pagamento de verba de acumulação quando se paga ao defensor…
Pedimos aos colegas que caso presenciem atitudes de sectarismos como essas nos encaminhem os relatos e fotos (exclusividade de uso de banheiros, refeitórios dentre outros), para que continuemos o nosso trabalho de concretizar, o que nos parece, óbvio.
Defensoria Pública precisa fazer justiça social também de fora para dentro!
